17 April 2009

In Coma

Um dos grandes mistérios do lugar mais próximo de Deus é a sensação dupla apresentada. Joel dá falta de um sentido. Não sente o perfume, a fragrância, o cheiro da grama, do ar do lugar. Ele não sente o cheiro do espaço e seu pensamento escuta uma voz jovem.
-Está perdido? – disse alguém.
Joel procura e não há ninguém ao redor.
-Aqui! Aqui embaixo.
Joel olha uma cobra de 90cm, fina e de cor vermelha com listras azul.
-Você está sem o cheiro, imagino – disse a cobra.
-Deste lugar não espero mais nada.
-Estou com o seu olfato – disse a cobra botando a língua para fora e balançando verticalmente. –Você agora terá que ficar sem olfato, porque estou cansado de botar a língua no Jacobson.
Joel fica espantado de ouvir uma cobra falante, fica confuso com o papo.
-Essa função químio-receptora é um sentido que temos, e se chama Órgão de Jacobson. – explica a cobra andando em volta de Joel parado.
-Mas então você já tem o olfato, não precisa roubar o meu.
-Estou cansada, além do mais preciso de algo seu. – diz a cobra respirando sem usar a língua – E a partir de agora você usará mais o paladar.
Joel jamais fez isso. A cobra ensina: abra a boca, não muito, só para o ar entrar e faça com que o ar toque na língua. –Viu?
-Não dá pra sentir nada.
-Problema seu. – ignorou a cobra, indo embora. – Agora você vai ter que acostumar a sentir o cheiro das coisas assim.
A cobra sai com sua cor vermelha e listras azul pelo gramado verde, cuspindo que as cobras são os animais malditos por causa da história dos homens.
Joel a observa rastejando em seu ziguezague, mas percebe que isso é um contato do tão falado Grande Momento. Acredita que talvez sejam enigmas. Ele começa a treinar seu novo olfato e não há muito resultado, mas carece tempo para realizar o objetivo com sucesso.

*

Labels:

0 Comments:

Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]

<< Home