Um cordeiro pra Jesus

Na escuridão do deserto Jesus contempla o mundo. Sabe que não haverá solução imediata para transformar o povo; sabe que os mistérios do Reino de Deus estão acima do comprometimento da verdade, pois há ouro envolvido entre os fiéis e os bispos. Jesus pensa na miséria que sempre o pobre terá, na liberdade que o poder do império sempre terá, nas edificações dizimistas que se criarão pela justiça, pela paz e pela razão da esperança, e que virá por nada além de que o mundo simplesmente é assim.
“Pai? Oh, meu Pai!” José aparece em sua frente e lhe diz: “Filho, por que destruístes o Templo? Não vês que o povo necessita da fé do Templo?”.
Jesus abaixa a cabeça: “Sei sim Senhor, mas está tudo errado, eu não posso ver o comércio enriquecendo quem nem tem fé”.
“Filho, cada um escolhe seu caminho. Por que achas que o seu é o caminho a ser seguido?”
Jesus aumenta o tom da voz: “Porém vos digo: Aquele que crê na verdade não temerás ao próximo; Aquele que tem a bondade não terá desconfiança do outro; Aquele que desvaloriza o caminho perde-se por moedas de César; O mundo não está preparado”.
Surgem vozes, cavalgadas e luzes de tochas de fogo entre as oliveiras distantes, são os romanos atrás Dele. Jesus chora: “Jesus, sangue do meu sangue, por que não se arrepende aos bispos?” Ele diz forte: “Nunca, meu Pai!” “Jesus, por que não corte aquele cordeiro e se salve do pecado?” Jesus responde: “Que pecado tenho, meu Pai, se sou o que faço para salvar o povo? O povo precisa ser sacrificado para entender”. “Pegue o cordeiro...”

Jesus se entrega:
AMÉM.

(veja também Um ontem pra Buda da Série Um em 2006 September 19 -

siga a seta ao lado de 2006)