In Coma

Um canto suave soa no ar. Vozes afinadas de um coral bem sucedido cantam ‘O’ em sol maior e as pessoas se movimentam calmamente. Umas se despedem, sorriem e se dispersam das outras, outras caminham juntas, duas conversam unidas.
-Oba! – disse a mulher com lenço na cabeça. – Chegou o nosso momento, Joel.
-Agora iremos. – disse o homem de pele escura.
-Pra onde?
-Pra onde quisermos ir. – disse o homem de pele escura.
As pessoas se espalham do centro das rodas, num círculo se abre no gramado extenso.
-Joel, é um dos momentos mais legais daqui. – disse a bela garota.
-Tchau – disse o senhor de idade com característica asiática acenando.
-Tchau a todos também. – disse o homem de pele escura se voltando para Joel. – Nos encontraremos em breve. Vá conhecer a divindade e se surpreenda.
-Eu vou por aqui. – disse a bela garota apontando para um lado.
Joel não sabe o que fazer, pois chegou há pouco tempo, mas a bela garota lhe dá algumas instruções sobre como se distribuir pelo espaço.
-Apenas caminhe. Procure formas de ver o Grandioso, seja nos animais, nas frutas, nas pessoas espalhadas pelo imenso infinito, e descubra segredos.
O homem de pele escura caminha a alguns metros de distância, ao lado de um senhor corcunda e de uma senhora de bengala, como se soubessem ao certo para onde vão.
-Joel!

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