27 April 2009

Da Carne Mística

No escritório do teatro, Duharte folheia uns livros que Seu Junto tira do armário e separa na mesa, na cadeira, na mesinha e no chão. O trimm toca, Duharte corre, atende e o entrega a Seu Junto:
-Sim. Soube. Muito antes do previsto. Sim. Pode avisar. Venha depressa!
O olhar de Duharte está em seu Junto esperando alguma notícia.
-Estão vindo. Onde já se viu este cálculo mal feito. Anos esperando, preparando tudo e chega assim antes do marcado.
-Seu Junto? Será que vem mais luz hoje?
Seu Junto encara o retardado, faz a negativa com a cabeça e volta a fuçar seus armários.
Dona Filial aparece com Seu Dono no teatro:
-Eu que vi! – disse Dona Filial – Eu estava recolhendo roupas do varal quando passou rapidamente pelo céu, numa velocidade assim... Zium!
Duharte diz que também viu a luz azul. Seu Junto apresenta um livro a Seu Dono que se acomoda tranquilo numa cadeira.
-Eu não consigo entender esta antecipação, estes resultados mudaram toda a matemática, todo o espaço-tempo em relação às escritas – posicionou Seu Dono – A matéria, os átomos... Todos já sabem?
-Creio que sim, alguns já telefonaram aqui no Teatro.
Dona Filial fala por cima do pensamento de Seu Dono enquanto Duharte mostra figuras interessantes; Numa página, uma Luz azul está no alto de uma pedra com pessoas famintas ao redor, umas sorrindo e outras chorando, umas pedindo com a mão estendida e outras magérrimas, com costelas à mostra, passando frio. Apenas uma se alimenta da luz.

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