Da Carne Mística

Prefeito Fim recebe o guarda Lemos e o cabo Verão na saída da prefeitura. A viatura está com dois elementos engaiolados.
-Olhe Senhor Prefeito Fim, já vi alguns destes na entrada da cidade, mas dizem que só passarão.
-Perfeitamente! Vejo que estes homens vão me trazer problemas graves por aqui. A população já está reclamando e meus eleitores não podem ficar insatisfeitos na minha gestão.
-Parece que há uma revolução – completa cabo Verão -, porque todos disseram que estão atrás de algum tipo de encontro, ou coisa parecida.
-Viram quantos desses de rua na cidade?
-Uns oito – disse cabo Verão.
Prefeito Fim analisa pelo vidro da viatura os elementos, um a um, todos ficam observando o Prefeito Fim.
-E por que só os três estão presos?
-Esses aí correram e não queriam conversar, agrediram o cabo. Não é, cabo?
Cabo Verão não faz cara de história verídica, mas fica em silêncio.
-Pururucana apareceu e levou dois lá pro lado da Pedra Chata – continua guarda Lemos –Mas esses aqui eu vou prender de uma vez. Alego que, se algo não for feito, vão se alojar por aqui.
-Sim, sim. Prenda todos que encontrar. E tente arrancar algo deles, notícias e respostas deste enxame de estranhos sujos. Porque quero saber que diabos estas pragas querem empestear minha cidade, ora porra – esbravejou Prefeito Fim.
-E ficaremos atentos na entrada – disse guarda Lemos.
-Isso mesmo, abra o olho, Lemos. Abra o olho.
Prefeito Fim ajeita a cinta da calça e algum morador lhe para para cumprimentar.
Cabo Verão sussurra: - Onde ele viu três?
-Que três, seu maluco! Tá doido! Vai ficar três se você não fizer seu trabalho direito e eu te botar lá com eles! - Cabo Verão mexe o lábio - E entra nesse tanque que a gente vai caçar uns indivíduos.
Cabo Verão abaixa a cabeça e entra na viatura.

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