09 November 2011

In Coma

Alguém o chama novamente. Há alguns arvoredos ao redor. A bela garota demonstra que prefere ficar sozinha, Joel percebe isso. Então a segue, mantendo-se próximo dela, mas deixando-a com certa distância.
-Joel! – Joel olha pra cima. – Aqui na pedra! Ei.
É um sapo verde merda na pedra marrom com um charuto na boca.
-Xoxê encontrá seu Sinhô mais depressa, izi fio. Mai dipécha, izi fio.
Joel se caga de rir por dentro.
-Xoxê carece se prestá de força. – salta o sapo pra traseira de Joel. –Xoxê vê Sinhô?
-Perdão...
-É Sinhô também. É Sinhô também. – bafora o sapo seu charuto. – Ma tem que tê xenti maió. pedi pra xanto? Faiz xoxe faiz?
-Faço o quê?
-Qualqué, qualqué, qualqué? Xoxê mata América!
-Como? Não sou daqui... onde fica... a cobra?
-Daqui xoxê num é. Xoxê pode voltar pro lugá di onde quizé. Xoxê pode pensar e ir pro lugar de onde quizé se xoxê matá América. Donde qué tá qui num sê aqui xoxê tá?
-Como? Qualquer outro lugar?
-Xoxê mata América e pula aquele múio.
-Aquele do início de tudo... – pensa alto Joel.
-Xim, xim, aquele ali ó, xoxê alembra o que xoxê viu aqui, fi, num se alembra?
- Acabou o seu momento, filho – diz um anão com faixa vermelha e Joel mira o muro, o sapo bafora dá uma risada assanhada, dá dois pulos e entra num vão das pedras. O anão com faixa vermelha coça a garganta sonoramente e o chama com a cabeça. Joel avista o povo voltando praquele lugar; segue e não olha pra trás, mas guarda a direção do muro.

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