17 May 2008

Da Carne Mística

Alguns jovens estão na calçada sentados, tomando o sol fresco da cidade pequena.
-Boris, no próximo show chama o Força Presente pra tocar.
-Tem que ter som pra gente também. Aquela mulher é bonita, canta bem, mas pagar pra ouvir músicas da Líria de Chá não dá.
Boris passa depressa, responde alguma coisa, pois ainda segue o homem com saco nas costas. Os jovens ficam surpresos com o jeito que Boris os trata. Um diz que ele já está metido.
-Deve ir ao almoço do prefeito. – disse Juvenil.
Boris chega na esquina, mas não alcança o homem que já está seguindo bem a frente, a três quarteirões daquele. O homem caminha normalmente com o saco de lixo. Por isso, não é aceitável a velocidade, ninguém conseguiria chegar àquele ponto tão rápido, nem correndo, pensa Boris.
O carro que passa é o do prefeito Fim.
-Boris! Vamos ter um almoço e tanto. Temos muito para conversar. – cumprimentou-lhe o prefeito.
-É seu Prefeito Fim, de lucro também. – disse Boris cansado e vendo o homem virar para a direita novamente no final da rua.
-Você está bem? Parece-me cansado. Está acontecendo alguma coisa?
Boris desistindo do homem, diz ao prefeito que veio correndo para a impareja descer com gosto.
-É isso mesmo. As caixas já estão no frio. –disse o prefeito.
Boris lembrou das palavras do homem do saco de lixo. E depois daquela senhora da noite anterior.

*

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