25 May 2008

Ao Silvio Santos

Nunca um judeu foi tão querido entre os cristãos como ele.
Homem do povo, amante do jogo, trabalhador, plagiador e ganhador de qualquer causa jurídica, pai de família e dono de suas próprias leis.
Respeito garantido na televisão seja dentro, fora ou nela.
Silvio Santos é o que chamam de dono do mundo, mas ganhou esse direito.
Carioca dizem que é, camelô dizem que foi e Senor pode ser o seu nome.
Radialista de sorriso largo, Silvio Santos entrou pra televisão e se tornou o melhor animador de auditório da história comunicativa do Brasil, conquistando o povo a partir de suas platéias ensaiadas.
Ganhou de Manoel da Nóbrega o Baú da Felicidade, carnê pago mensalmente pela turma que se coça no bolso e na sala pra ganhar casa, carro, dinheiro, eletrodomésticos, televisores, computadores e outros prêmios nos quadros do Programa Silvio Santos, e criou um canal pra si mesmo: Engole o sistema por tabela, faz do povo mero torcedor – dá uma moto e ganha dezenove, joga dinheiro em aviõezinhos pro auditório, brinca com possíveis artistas nas tardes de domingo, admite e demite pessoas na segunda; Não precisa de ninguém, fala com quem quer e tapa os ouvidos pra quem precisa dele.
Carlos Alberto de Nóbrega (um escada sem graça) já precisou dele.
O filho de Manoel é um empregado por gratidão, que seguirá adiante nas próximas gerações com seu filho Marcelo, o frieira do SBT, diretor e futuro dono do A Praça é Nossa, e que é o cara da briga. Marcelo é o cara que vai produzir o enredo de novela que o SBT nunca foi capaz de realizar. É ele e sua jovem madrasta que lutarão por fatias honestas do SBT.
Silvio Santos foi o rei do domingo, a sua gargalhada já lembrou macarrão, do tipo família reunida, a música de abertura, de remédios, a voz, o truque, os bordões, perguntas clássicas pro auditório:
“Pode ou não pode?” e “É ou não é?”.
Sílvio deu colo e o seu domingo para o Gugu, um traste promissor.
E perdeu poder. Silvio magoou muita gente e ninguém o crucifica.
Há lendas ao seu redor: chip injetado monitorado por satélite, corpo fechado pela macumbaria, que todos os magoados o perdoa no primeiro reencontro com facilidade – até dão indiretas pra conseguir o emprego de volta, imploram, seguem seus horários, correm atrás de seu carro na chuva...
Silvio Santos ajudou muita gente em curto período, tem empregados fiéis (boas gorjetas) que se tornam discípulos e falam sobre seus costumes e suas manias e alergias com orgulho.
O SBT derrubou a si mesmo com concorrentes inferiores como a TV Record, da qual, aliás, Silvio já foi sócio e teve seu programa transmitido simultaneamente com o SBT, nos anos 80, aos domingos.
Emissora vendida a Edir Macedo, um que se intitula filho de Deus, pastor de Jesus, amante de Pedro, dono da Igreja Universal do reino Deus e que é o Caifás de Silvio. Edir Macedo tirou o SBT do segundo lugar e agora quer buscar a poderosa Rede Globo.
Se Silvio Santos é o rei,
Edir Macedo é o templo
e mais uma vez na história o templo vencerá.
Problema dele e de suas herdeiras.

Oeee.
O Silvio Santos fala ou não fala?

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