Da Carne Mística

Boris pegou a verba na tesouraria e enquanto sai com as malas da prefeitura, Prefeito Fim estaciona seu carro na vaga preferencial. Boris olha mais um mendigo do outro lado da praça.
-Tudo pronto, Boris?
-Tudo pronto. Passei na tesouraria e peguei a verba.
O Prefeito Fim também observa o mendigo do outro lado da praça e faz cara feia.
-Que diabos um de rua faz por aqui?
-É Prefeito Fim, de mendigos a cidade pequena está cheia. Não é o primeiro que vejo caminhar nesta direção.
-Vou comunicar o Lemos. Estes não podem ficar por aqui. Imagina o falatório...
Seu Junto aparece entre os dois e pede para que Boris leve Duharte com ele à Cidade Grande.
-A cidade está sofrendo alterações e que não é boa hora para Duharte confundir ainda mais sua cabeça – diz Seu Junto.
-Olha, não temos verba para mandar Duharte também...
-Pago a conta de Duharte – esbraveja Seu Junto – Não quero nada da Prefeitura.
Boris diz que tudo bem, Seu Junto lhe entrega um pacote e manda-o comprar a passagem de Duharte. Seu Junto guarda mais um pouco de sentimento triste de Prefeito Fim no coração e sai para preparar Duharte. Uns moradores se aproximam e Boris se despede. Prefeito Fim escuta reclamação de Seminite sobre essas pessoas de rua na cidade pequena.

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