01 July 2010

In Coma

A caverna é escura e Joel não entra totalmente nela, fica apenas coberto e não se aprofunda três metros adiante. Pra dentro o mistério da escuridão, para fora a clareza do céu branco. Perdido neste grande momento, prefere estacionar por ali, espera algo acontecer depois do ronco do céu. Por que Íris se espantou depressa se nada ainda aconteceu – pensa Joel. Seu pensamento ainda quer entender este lugar que dizem ser o lugar mais próximo de Deus. Pensa em Íris – a impossibilidade de amar uma deusa – e organiza a história toda. Íris é: uma mulher linda que ganhou o direito de morar embaixo de uma árvore numa ilha pequena, e que não pode sair e nem ter contato físico com ninguém; mas e o homem de pedra, pergunta a si mesmo, era Íris que falava porque sua boca não mexia – responde surpreso em sussuros; ela não sai daquela ilha e ninguém passa o riacho que circunda e ninguém atravessa para sua ilhota; Íris está só e presa; pode ser que haja uma saída por baixo da árvore; ela não vai se apaixonar por ninguém porque a América a roubou. Será que Íris fez algo grotesco que o castigo dela é viver assim? Ele começa a duvidar da felicidade de Íris.

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