In Coma
-Joel! – alguém o chama
novamente, mas não há ninguém por perto. – Aqui em baixo!
A cobra de listras
vermelha e azul, América, rastejando sobre o gramado verde.
-Vim devolver o seu olfato. –
disse a cobra. Joel agradece, mas a cobra lhe dá uma notícia desagradável – em
compensação comi seu amigo sapo.
-O quê? – Joel viu que o sapo
poderia lhe ajudar a voltar para a Terra.
-Sim, ele queria liquidar comigo
e o comi antes que alguém me matasse por ele.
-Eu precisava dele pra voltar...
-Precisava nada, esse sapo iludia
os coitados, propondo lugares inusitados e atalhos para chegar à Deus em troca
de minha destruição.
-Então não existe esse negócio de
entrar na pedra e voltar? – perguntou.
-Lógico que não. – respondeu a
cobra mostrando a língua. Joel suspeitou. Ninguém falou bem dela enquanto
esteve nesse lugar. Ela está mentindo, pensou.
Seguiu o caminho para o local
onde o sapo ficava, perto das pedras. A cobra ficou zombando dele enquanto
caminhava mais aflito. Sua oportunidade estava indo para o espaço. A cobra
comeu o pobre do sapo, só porque ele não gostava de seus conceitos, da sua
arrogância, de seus furtos excessivos e de suas dívidas com as pessoas. Pelo
menos devolveu a Joel o olfato.
Quando encontra o caminho vê que
no lugar do sapo está Abrão. Sentado e olhando para Joel. Atrás dele aparece a
bela garota, dedo-duro, pensou Joel.
-Quer voltar mesmo, hein. – disse
Abrão se levantando. –Aqui é o seu lugar, Joel.
*
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