19 June 2013

Da Carne Mística

Seu Junto sentado sob a tenda armada, chacoalha o joelho inquieto fitando o horizonte sem luz. Seu Dono força um olho permanecer com uma fresta ainda aberta. Um motor quebra o silencio e a luz surge pela estrada do Mirante. Seu Dono levanta a sobrancelha sem mexer a cabeça. Seu Junto muda a inquietação, respira fundo e diz, rouco e incerto:


-Sabem de uma explicação que jamais virá a nós?

Seu Dono abre o outro olho com cuidado. Seu Junto não espera:

-A profecia que vem aos oito é a estrela da manhã!

E 3 segundos depois...

-A estrela Dalva é uma e – solta Seu Dono forte!

-Não... – mais forte Seu Junto corta ligeiro.

-Senhores! –chega e interrompe Pururucana ajeitando a cadeira ao lado de Seu Dono;

-Opa, opa, não! Não é a estrela Dalva. A estrela da manhã é o

Sol! – afirma Seu junto convicto – Só pode ser! As letras falam disso, oras porra!

Seu Dono sai do cochilo enquanto Pururucana respeitoso se acomoda em sintonia.

-Quem era o anjo caído na mitologia? – Pergunta Seu Dono no escuro do céu.

Pururucana alarga o sorriso e se ajeita para vigiar o céu preto.

-Aliás, onde você deixou Filial? – Pergunta Seu Dono.

Pururucana não entende. Um segundo é muito para Seu Junto:

-Quem levou Filial foi Juvenil! – respira.

-Ah – coça a coxa três vezes Seu Dono.

*

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