24 October 2006

In Coma

Joel abre os olhos e está num gramado extenso, verde, numa paisagem grandiosa, linda. Um espaço enorme, com o horizonte recheado de montanhas. Árvores espalhadas de todas as espécies, umas juntas, outras isoladas na diversidade natural; O verde tem tonalidades claras e escuras transmitindo a paz e a tranqüilidade. Joel não sabe o que o faz pertencer ao momento, seu pensamento duvida de tanta cor. A grama é reta, bem cortada, parece desenho, filme ou um quadro pintado. A natureza. Vegetação espalhada. Um riacho atravessa a beleza do lugar. O dia é claro. Ao olhar para trás percebe que há um muro de concreto, cinza, que esconde a visão. Um muro de três metros de altura e infinito no comprimento. Caminha até o muro. Apalpa o concreto, observa que a construção distorce completamente a realidade que passa. Olha para o muro na sua imensa extensão e resolve subir para ver o que separa o lugar mais bonito que já viu. Pula para alcançar a ponta do muro, mas escorrega. Dá dois passos para trás, para conseguir distância e ter uma impulsão melhor. Na terceira tentativa, chega ao topo. Ainda tenta se arrumar para sentar em cima e vê no outro lado a mesma imagem. O que vê é o mais extraordinário e assustador da sua vida. O outro lado do muro é igual, idêntico a paisagem onde estava. Um gramado extenso, verde, numa paisagem grandiosa e linda; um espaço enorme, com o horizonte ao fundo recheado de montanhas distantes. Árvores espalhadas de todas as espécies, algumas juntas e outras isoladas na diversidade natural; O verde, com diversas tonalidades claras e escuras que também transmite paz e tranqüilidade. Ele pensa estar alucinado e fica ao mesmo tempo com medo. Chega a acreditar que uma das árvores está um pouco afastada da outra, pra tentar resolver a situação como uma miragem ou achar alguma diferença, mas vê que não. Tudo está em seu devido lugar como se fosse reflexo uma da outra, como um espelho.
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