12 December 2006

Amigo the Josué

Estavam todos sentados nas pedras ao redor da fonte de Mamom.
O lugar era rodeado de árvores.
Figueiras e Oliveiras.
A água era límpida, clara e gelada. Escorria das pedras.
Ótima ocasião para molhar a cabeça.
Silvanus está no centro agachado, desenhando a estratégia na terra com um graveto.
Todos estão atentos. Silvanus arma a frente de combate.
Os mais fortes garantem o primeiro contato.
Os mais ágeis são os escolhidos para dar o bote. Elementos surpresas.
Os mais pesados na defesa.
-Ébano, você defende. Você corre atrás do corredor deles.
Nael diz a Silvanus que prefere fazer a função de Ébano.
-Tudo bem. Ébano vira o elemento surpresa. Fica no meio da batalha.
-É. Caso precise correr chamem por Ébano ou por Halem. – disse a todos Nael.
Ilídio levanta a mão pra argumentar a sua posição.
-É verdade, o Ilídio sempre pega as bandeiras – disse Braiim.
-Então, Ébano corre solto, atrapalhando a defesa deles. – diz Silvanus.
Enquanto todos discutem suas posições um som de cavalos vai surgindo.
-O resto agarra pelas vestimentas evitando a chegada em nossa bandeira.
Ébano, que está sentado perto Dele, O vê bem desanimado.
-Estás com medo? – perguntou Ébano cochichando.
-Pressentimento. Alguém ficará muito ferido. – disse Ele.
-Mas sempre alguém se machuca.
-Deveriam inventar uma nova regra.
Os galopes ficam mais próximos.
Nael vai até a estrada.
-Não se preocupe. – terminou Ébano tocando a mão em Seu ombro.
Nael volta chamando a atenção de todos.
-São três cavaleiros, acho que são de Ptolomaida.
Expectativa. Todos se encaminham para a estrada.
Silvanus diz que um dos cavaleiros é Assis, com quem havia marcado o jogo.
O cavaleiro diz a todos que infelizmente não será realizado o confronto.
Um cidadão querido da cidade foi morto pelos soldados de Ptolomaida.
-A cidade está em choque. – disse Assis.
-Está revoltada. E até ameaça uma revolução. – disse outro.
Os soldados estão cada vez mais folgados, pensa Ele.
O cavaleiro Assis lança: -São só vocês?
-Sim, disse Nael.
-Mas os outros estão chegando – disse Silvanus sacando a ousadia da questão.
O cavaleiro deu uma risada marota, despediu-se de todos.
Marcaram para a próxima quinzena novo contato.
Enquanto uns iam voltando desapontados, Ele agradecia ao Pai pelo cancelamento.
-Está tranqüilo? – perguntou Ébano, o único que sabia do descontentamento Dele.
-Sim, mas devia mudar a regra.
Ele diz que ao invés de rasteiras e socos, os participantes deveriam apenas se encostar.
Assim, o que for pego deveria ficar parado.
E só voltaria ao jogo quando um companheiro de equipe relar novamente.
O jogo ficaria realmente mais dinâmico.
Mas os moleques gostam mesmo é de machucar uns aos outros.
Ele volta pensativo.
Os outros voltam falando do jogo. Comentando sobre o passado.
-Aquela de Canaã contra Tiro. Soube? – disse Nael
-O que fez? – pergunta Silvanus.
-Mas Canaã trapaceou. – ressaltou Halem.
Canaã apareceu com quinze contra uns quarenta de Tiro e ficou na defesa.
Num descuido, outros vinte surgiram por detrás do morro e pegaram a bandeira.
-Nem deu tempo de Tiro se defender. – disse Nael.
Quando Tiro viu Canaã com a bandeira só lhe restaram perceber que foram pegos.
Braiim lembra que em Nazaré na semana seguinte vai ter festa.
-Festa da união de Sarah e Tibério, pais de Raquel.
-Agora você se animou. – cochichou Ébano a Ele.
Mas nunca quis falar sobre isso. Algo comum entre os garotos.
Guardar Segredo.

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