Aos Mendigos

Se o sistema fosse justo ou se fosse competente não seríamos ocultos ao realismo da rua; daqueles que dormem ao sereno de uma cobertura acorrentada ou dos que fuçam em sacos fechados do lixo; Ninguém traria tanta facilidade em perceber e desvalorizar ao mesmo tempo.
Viva os homens que remam no ar poluído, que jogam contra o mundo suas perseguições ao princípio e se largam na companhia das próprias sombras.
Eis caro do mundo, solidão não há para quem vive com uma turma dentro de si mesmo. São tantos provérbios lançados por mentes da mente.
Apagaremos o cigarro, mas saiba que acenderemos outro depois. Até que o justo bata seu martelo. Ao lado do muro deve haver um poste, para que se encoste. Um concreto bom para que reflita com as estrelas a possibilidade de ser algo tão profético quanto Buda. Um profeta! Será de bom apetrecho ser Buda, que fugiu (ou escapou) até se desmaterializar num breve ‘puff’?
Poeta ou Boêmio, pague suas gotas derramadas aos mendigos. Guarde um copo ou uns amendoins espalhados. Sempre haverá um missionário esperando o bom convívio.

Quanto ao assunto...
(Comece com: “Como vai, meu amigo?”).