Da Carne Mística
O temporal cai na cidade pequena, a terra batida vai se transformando num lamaçal e a força da água inicia um córrego próximo da entrada principal do teatro. Seu Junto, o zelador, é conhecido pela cidade inteira por sua honestidade, zelo e por ter transformado seus dois filhos adultos, em competentes homens de bem O viúvo sempre se firmou como uma figura alegre, compreensiva, de moral e caráter. Seu Junto recebeu a chave da cidade, há quatro anos atrás, por seu respeito, honra e dignidade perante o desenvolvimento social e educacional para as crianças e para os habitantes mais necessitados. Pois é logo ele que se comporta como o mais paciente nas piores de pânico (Como Boris vive agora).
Os personagens do show não chegam. A minoria de artistas que chegou continua no camarim jogando conversa fora; Os técnicos de som estão providenciando uma lona ou um plástico para proteger a mesa de som da goteira do teatro que cai em cima do equipamento. Assim, Boris vê que nada pode fazer com a natureza e decide fumar sozinho atrás do teatro, enquanto o tempo passa rápido demais para tamanha confusão. =================.
Atrás do teatro, do lado externo, as pedras cinza do chão e o verde ralo, das folhas e da grama que sobrevivem com o tempo, estão pelo grande quintal. A cobertura é grande e faz caber uns treze carros. Boris apaga a luz do estacionamento coberto, acende seu cigarro e observa a chuva forte. Da escuridão, um som diferente, de talher quando cai no chão. Ele leva um susto e seu coração dispara. Surge a voz de uma mulher.
-A chuva já vai parar. – disse a mulher.
Boris se vira para o canto escuro do barracão, de onde vem a voz. É uma senhora, gorda, de cor preta, com um lenço amarrado na cabeça e sacolas plásticas cheias ao lado.
-Quem dera.
-Mas vai acabar, a velocidade das nuvens negras está acelerada demais, em poucos minutos a chuva vai parar de vez. – disse a mulher dando uma garfada no pote de margarina e levando à boca arroz com ovo.
-Tomara. Isso atrapalha o evento que planejei. – disse desanimado. – A senhora é daqui?
-Não, eu sou do mundo, meu senhor. Estou de passagem. Vi o temporal chegando e me acolhi por aqui, nesse coberto. – disse a senhora mastigando. – Não tem problema eu ficar por aqui até a chuva passar, tem?
-Não. Pode ficar aqui. Se a senhora quiser pode até entrar e assistir a apresentação dos artistas...
-O senhor está triste. – adivinha limpando o garfo com um pano.
-Não estou não. – desconversou.
-Está. Sinto sua agonia. Seu desanimo.
-Pode ser...
-É algo com o que vai acontecer aí dentro. Sei. – presume a senhora.
-É, fiz esse show com tanto carinho. Dediquei-me ao máximo. E agora esse temporal vai atrapalhar tudo. – lamentou Boris. – Na platéia só tem cinco pessoas, até agora só chegaram cinco artistas das trinta e três apresentações do festival.
-Mas não tem problema, cinco pessoas na platéia mais os cinco artistas são dez. Mais você, onze. Mais eu, doze. E doze é numero de apóstolos.
Os personagens do show não chegam. A minoria de artistas que chegou continua no camarim jogando conversa fora; Os técnicos de som estão providenciando uma lona ou um plástico para proteger a mesa de som da goteira do teatro que cai em cima do equipamento. Assim, Boris vê que nada pode fazer com a natureza e decide fumar sozinho atrás do teatro, enquanto o tempo passa rápido demais para tamanha confusão. =================.
Atrás do teatro, do lado externo, as pedras cinza do chão e o verde ralo, das folhas e da grama que sobrevivem com o tempo, estão pelo grande quintal. A cobertura é grande e faz caber uns treze carros. Boris apaga a luz do estacionamento coberto, acende seu cigarro e observa a chuva forte. Da escuridão, um som diferente, de talher quando cai no chão. Ele leva um susto e seu coração dispara. Surge a voz de uma mulher.
-A chuva já vai parar. – disse a mulher.
Boris se vira para o canto escuro do barracão, de onde vem a voz. É uma senhora, gorda, de cor preta, com um lenço amarrado na cabeça e sacolas plásticas cheias ao lado.
-Quem dera.
-Mas vai acabar, a velocidade das nuvens negras está acelerada demais, em poucos minutos a chuva vai parar de vez. – disse a mulher dando uma garfada no pote de margarina e levando à boca arroz com ovo.
-Tomara. Isso atrapalha o evento que planejei. – disse desanimado. – A senhora é daqui?
-Não, eu sou do mundo, meu senhor. Estou de passagem. Vi o temporal chegando e me acolhi por aqui, nesse coberto. – disse a senhora mastigando. – Não tem problema eu ficar por aqui até a chuva passar, tem?
-Não. Pode ficar aqui. Se a senhora quiser pode até entrar e assistir a apresentação dos artistas...
-O senhor está triste. – adivinha limpando o garfo com um pano.
-Não estou não. – desconversou.
-Está. Sinto sua agonia. Seu desanimo.
-Pode ser...
-É algo com o que vai acontecer aí dentro. Sei. – presume a senhora.
-É, fiz esse show com tanto carinho. Dediquei-me ao máximo. E agora esse temporal vai atrapalhar tudo. – lamentou Boris. – Na platéia só tem cinco pessoas, até agora só chegaram cinco artistas das trinta e três apresentações do festival.
-Mas não tem problema, cinco pessoas na platéia mais os cinco artistas são dez. Mais você, onze. Mais eu, doze. E doze é numero de apóstolos.
Boris deu o último trago no cigarro analisando a conta da velha mulher que concluiu.
-Nem tudo está perdido, meu filho. A chuva vai cessar e o problema de seu evento será o pequeno atraso para começar. Não se preocupe, a luz divina está aqui e vai te abençoar.
Boris sorriu. Alimentou-se das boas palavras da mulher, que guardou suas coisas e o olhou com o olhar piedoso e bom. As palavras lhe fizeram bem ao coração. Uma contagem um pouco doida, diga-se, mesmo porque ele teria que contar os técnicos também, Seu Junto, o pessoal que estava no bar, e tal, mas a mulher achou uma bela maneira de lhe fazer melhor. A senhora se levanta do canto e ergue suas sacolas, caminha até a beira da cobertura para observar melhor o tempo.
-Já vou! Essa chuva vai parar agora. – disse analisando o temporal que ia ficando mais fraco – Está parando. – completou como se percebesse o tempo exato do término.
-Bóris, tem público entrando no teatro! – avisa Duharte, um garoto retardado da cidade pequena.
-Nem tudo está perdido, meu filho. A chuva vai cessar e o problema de seu evento será o pequeno atraso para começar. Não se preocupe, a luz divina está aqui e vai te abençoar.
Boris sorriu. Alimentou-se das boas palavras da mulher, que guardou suas coisas e o olhou com o olhar piedoso e bom. As palavras lhe fizeram bem ao coração. Uma contagem um pouco doida, diga-se, mesmo porque ele teria que contar os técnicos também, Seu Junto, o pessoal que estava no bar, e tal, mas a mulher achou uma bela maneira de lhe fazer melhor. A senhora se levanta do canto e ergue suas sacolas, caminha até a beira da cobertura para observar melhor o tempo.
-Já vou! Essa chuva vai parar agora. – disse analisando o temporal que ia ficando mais fraco – Está parando. – completou como se percebesse o tempo exato do término.
-Bóris, tem público entrando no teatro! – avisa Duharte, um garoto retardado da cidade pequena.
-A senhora não quer ficar? Pergunta para a senhora que está olhando o céu.
-Parou. Tchau. Tenho muito que fazer por aí. – disse a senhora caminhando na direção contrária da saída na garoa fina sem olhar pra trás, a caminho da escuridão.
As nuvens pesadas flutuam rapidamente para outro lugar e o vento forte também diminuí. Boris sentiu um alívio, Falta dez minutos para as oito horas da noite.
-Parou. Tchau. Tenho muito que fazer por aí. – disse a senhora caminhando na direção contrária da saída na garoa fina sem olhar pra trás, a caminho da escuridão.
As nuvens pesadas flutuam rapidamente para outro lugar e o vento forte também diminuí. Boris sentiu um alívio, Falta dez minutos para as oito horas da noite.
-Bóris! Tem gente chegando pra assistir, o prefeito já chegou e está na entrada. – disse um técnico. Assim, depois de um breve temporal, os carros chegam e estacionam na frente do teatro, as pessoas vão para a bilheteria e os técnicos de som avisam Boris que está tudo pronto para começar. Na lanchonete, as pessoas compram fichas para de bebidas e salgados, encontram os amigos e os conhecidos, para jogarem conversa fora enquanto o show não começa. O Prefeito está no balcão da lanchonete cumprimentando o eleitorado.
-Quase nos demos mal, Boris.
-É seu Prefeito Fim, da chuva que veio parecia que ia cair um mundo inteiro. – aliviou Boris. –Pelo temporal que fez quase não ia dar nem para as reportagens da televisão.
Outros artistas começam a chegar. Tudo no devido lugar. O evento acontece com um público razoável, apenas treze artistas presentes. O grande sucesso do evento foi Carta e Sol que cantaram “Doce, Doce, Bom, Bom” de Comércio Indústria e “Fase de Lua Vermelha” de Genésio Obrar e músicas da rainha dos pensamentos Líria de Chá. O espetáculo foi um sucesso, todos ficam satisfeitos e Prefeito Fim anuncia ao microfone outro show no final do ano para comemorar o aniversário da cidade pequena. Orgulhou-se de sua conquista e agradeceu ao seu Deus.
-Quase nos demos mal, Boris.
-É seu Prefeito Fim, da chuva que veio parecia que ia cair um mundo inteiro. – aliviou Boris. –Pelo temporal que fez quase não ia dar nem para as reportagens da televisão.
Outros artistas começam a chegar. Tudo no devido lugar. O evento acontece com um público razoável, apenas treze artistas presentes. O grande sucesso do evento foi Carta e Sol que cantaram “Doce, Doce, Bom, Bom” de Comércio Indústria e “Fase de Lua Vermelha” de Genésio Obrar e músicas da rainha dos pensamentos Líria de Chá. O espetáculo foi um sucesso, todos ficam satisfeitos e Prefeito Fim anuncia ao microfone outro show no final do ano para comemorar o aniversário da cidade pequena. Orgulhou-se de sua conquista e agradeceu ao seu Deus.
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